domingo, 19 de setembro de 2010

Vou aprender a ler pra ensinar meus camaradas!

Essa é uma frase de uma música chamada Massemba (Roberto Mendes), que eu conheci atrávez do disco Brasileirinho de Maria Bethânia. Adoro esse disco e principalmente essa música. Mas o lance é o seguinte: Guga pegou o disco da Índia Velha, olhou atentamente e falou: - Mamãe?!

Não tive dúvidas, me achou parecida com ela. Gente, não tem feedback mais eficaz do que esse. Tenho que dar um tapa no visual o quanto antes! Daí em diante ele não sossegou: - Quer ver Maria Bethania! Quer ver dvd!

Era uma ordem, um chamado para conhecer a Índia, eu pensei. Corri e coloquei o Brasileirinho, cuja cenografia é linda, atrativa para crianças, por conta das luzes. Ele seguiu assistindo, atento à percussão e aos violões, perguntou sobre a flauta. Era uma música de Vila Lobos, linda. Mas quando chegou a tal Massemba, cantei com ênfase, porque essa música é de lascar! Adoro esse lance socialista de aprender a ler para ensinar os meus camaradas. Lembro também de minha avó, que costumava chamar as nossas amigas de camaradas. Aí, não perdi tempo, comecei a ensinar o verso para ele e o conceito de camaradas: - Guga, camarada é a mesma coisa que amigo, filho.

É incrível que é só ensinar, é só colocar em contato, que as crianças aprendem. Além disso, acho que música é algo universal, sem restrição de idade e por isso faço questão de ouvir tudo com o meu menino, não só as infantis, mas tudo, tudinho. É óbvio que até uma certa altura, não sabia se ele iria gostar do dvd, da Índia, mas ele me deu o sinal. Quando Miúcha entrou no palco, ele chiou: - Quer Maria Bethania! Pensei: não é que o bichinho gostou? E depois, já brincando com outras coisas, eu cantarolei o trecho do "Vou aprender a ler pra ensinar...", e ele completou, do alto da sua genialidade, enquanto bagunçava o armário da cozinha: - Meus amigos.



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Indo nessa linha de que ouvir música é sempre bom, seja ela "da mãmãe" ou "de Guga", ontem ficamos ouvindo música pela manhã, enquanto tomávamos o nosso desejum. Já é hábito tomar café ouvindo música. Acho melhor do que ligar a tv.

Alías, isso é um legado da educação dos meus queridos pais, que não permitiam que comêssemos e assistindo tv. Lá em casa, refeição era hora de estar junto, nem que fosse para brigar!

Voltando ao assunto, estávamos eu e Guga ouvindo Novos Baianos, e ele começou a se empolgar nos batuques. Eu entrei na dança e danei a batucar. Ficamos naquele espírito de jam session, quando os músicos se empolgam e ficam olhando uns para os outros num clima de mega cumplicidade. É tudo de bom isso! No final do disco, "Preta, Pretinha" já era um hit, com direito a filminho e tudo. E "Tinindo, trincando" se tornou um desafio linguístico que ele queria superar, pois afinal não é fácil fazer "tchubi, dubi", quando se tem menos de 2 anos, né, gente!

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