terça-feira, 17 de março de 2009

Curiosidades sobre ele, o meu Menininho Mandú

Lindo. Pra início de conversa, ele é lindo demais. Tanto é que, logo após ter saido da minha barriga e apesar disso, fiquei me perguntando se seria mesmo o meu filho. Não que eu esteja me auto depreciando, mas eu esperava uma criança bonitinha, que enchesse os olhos apenas dos familiares. Mas não, ele reuniu os melhores traços de nós dois e ainda deu uma melhorada na linhagem. Atualmente ele está com 4 meses e anda cada dia mais esperto. É incrível a rapidez das mudanças de uma bebezinho. Eles são verdadeiras esponjas, prontas pra sugar qualquer dado da vida para transformar em aprendizado. O meu Menininho Mandú, por exemplo, tem como melhor amigo um quadro que fica na sala, diante do qual ele dá pulinhos e gritinhos de alegria. Outro grande amigo é o porquinho da duracel que fica pendurado na porta do quarto. Toda vez que ele mama, ele acha o tal porquinho e, ainda com o peito na boca, abre o maior sorriso. Os ursinhos do berço são verdadeiros companheiros nas suas noites insones. Mesmo no escuro eles os enxerga e comemorar com os gritinhos de alegria. Como não poderia deixar ser, ele já descobriu as mãos, a ponto de colocá-las inteirinhas na boca. Ele adora a titia 'Ebide' e a vovó Zil e suas 'papagaiadas'. Se olhar no espelho já costume e diversão. Enfim, gostaria muito de registrar tudo isso, para que ele um dia saiba o quanto estamos atentos a ele e o quanto ele é importante para todos nós, e principalmente para mim. Ele me impulsiona para frente, me fazendo buscar o que eu tenho de melhor para oferecer a ele e aos outros. E ele só tem 4 meses de vida, hein?

segunda-feira, 16 de março de 2009

Volta ao trabalho - a concretização

Confesso que, no final da semana, a ansiedade tava começando a despontar. Os amigos e familiares estavam curiosos para saber como seria o retorno, principalmente como eu iria organizar a nova rotina. Garantiam que eu iria chorar bastante e sofrer de saudades. Tudo isso foi criando uma certa expectativa em mim, mas eu tentei não dar muita trela. Mas, no domingo, um dia chato por natureza, os efeitos da ansiedade começaram a se revelar nos pequenos detalhes. No final do dia estava muito intolerante e diante da primeira contrariedade, me vi possuída pelo demo, louca para descontar no primeiro se colocasse na minha frente. Óbvio que o Judas foi o meu ex., que me apareceu com assuntos com alto potencial para me irritar. Ex.: Levar o meu Menininho Mandú para passar em lugares desconhecidos, de ônibus. Enfim, foi o que bastou para eu soltar os meus cachorros. Porém, em nome da civilidade, a briga teve curta duração. Acordei hoje com o coração na mão e bastou 5 minutos de brincadeiras 'olho no olho' do meu filhote para eu derramar as minhas lágrimas represadas. Mas a minha versão mulher-mãe-2009 está me dando mais serenidade para encarar os desafios. Então, busquei a força interior necessária para aproveitar o momento com o meu menininho mandú, sem entrar em grandes dramas. Porém, confesso que já no trabalho eu percebi que o amor que eu sinto por ele é realmente algo grande. Enorme. Foi na distância que pude ter a real dimensão dessa relação. É por isso que é tão necessário cortar o cordão umbilical que nos une. Para que ele possa se tornar uma criança livre nesse mundo. Aliás, hoje ele já deu uma boa amostra que sabe se virar bem sem mim - se comportou maravilhosamente com o papai e a babá, e quando eu cheguei, louca de saudades, ele tava todo sapeca. Cheguei até a sentir ciúmes.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Fadados a conviverem amigavelmente

De ontem pra hoje o meu ex-parceiro, pai do Menininho Mandú, dormiu aqui, como de praxe. É incrível como a nossa relação, apesar de tudo o que aconteceu, de toda a sacanagem, segue tranquila, com conversas amenas, trocas intelectuais, preocupações recíprocas. Não sei direito explicar como, nem porquê, eu não o odeio. Melhor dizendo: para odiá-lo é preciso fazer sacrifício. Não é um sentimento que simplesmente brota, depende que eu resgate a memória dos fatos e ações praticadas por ele - que além de fazerem brotar algum ódio, me ferem mortalmente. Então prefiro evitar pensar no nosso trágico passado como casal. É como se tivessemos nascido para convivermos, para existirmos um na vida do outro, ainda que não seja na condição de amantes. É como se eu tivesse fadada a tê-lo na minha vida, assim como ele na minha. É por isso que, mesmo brigando feio ocasionamente, o barco toma o rumo da tranquilidade, sem que para isso seja necessário o menor esforço. E olha que o amor que eu sentia por ele tá cada vez mais distante, cada vez no passado. Enfim, o saldo tem sido positivo, para nós e para o nosso Menininho Mandú. Viva a civilidade!

quarta-feira, 4 de março de 2009

A volta ao trabalho - preparação

Tá todo mundo me perguntando como será a minha volta ao trabalho. Se estou tensa e coisa e tal. Eu acho que para essas coisas não adianta se preparar. Acho que qualquer preparação só antecipa sofrimento, nesse caso. Até porque as verdadeiras reações e sentimentos só acontecerão na hora H. Por mais que eu queira antecipar as coisas, só o retorno ao trabalho efetivamente vai me dar a dimensão exata das coisas. Porém, acho que o que é importante é não dramatizar. É pra isso que venho me esforçando. Essa é a única preparação que me permito. O que venho pensando é que ninguém merece uma mãe monotemática, que só exerça esse papel na vida. Acho que para ser uma boa mãe, tenho que procurar ser uma mulher legal, uma profissional digna, uma amiga interessante, enfim, um ser humano que valha a pena. Tudo isso, me ajuda a ser uma mãe menos tensa, menos medrosa, mais ligada, ativa e acima de tudo, feliz. Por isso é que eu acho que volta ao trabalho pode vir a contribuir na construção dessa identidade de mãe.

terça-feira, 3 de março de 2009

Legados de Odete

Porque meninho mandú? É o título de uma canção de ninar, cantada e 'recantada' pela minha avó Odete toda vez que ela nos colocava para dormir. É uma homenagem póstuma a essa velhinha que tanto nos inspira e que nos faz tanta falta. Gostaria muito que Gustavo, o meu menininho mandú, conhecesse a minha avó. Mulher de fibra, de temperamento, que cheirava a coentro e cebola, de tanto que ficava na cozinha. Com ela não tinha meio termo, nem meia verdade. Quando gostava de alguém, carregava água no cesto. Quando não gostava, era melhor sair de baixo. O lema dela era o seguinte: Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a lei. Porém, o mais importante dos ensinamentos, fora as canções de ninar, foi mostrar para todos, filhos e netos, que se algo tem que ser feito, devemos arregaçar as mangas e 'mandar brasa', como ela dizia. Então, a minha maternidade se inspira nela, na sua força feminina, na sua dedicação incondicional e na suas canções e rezas, que revelam a nossa cultura 'baianoafrodescendente', a qual eu pretendo passar para meu menininho mandú. Ai vai:

"Chu ru ru
Menininho Mandú
Cara de bode
Narizinho de Perú"
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