sábado, 24 de setembro de 2011

Dentes estagados

Mais um causo vivido no ônibus. Como já disse num post passado, Guga volta da escola de ônibus com Elaine, a famosa Nani. É nesse trajeto que ele faz as próprias amizades e apronta das suas, envergonhando Nani, que já é tímida por natureza. Vejamos:

Guga e Nani sentados num banco, na frente do ônibus.
Encosta um Senhor simpático que, ao ver Gustavo, sorri com os seus 42 dentes e faz sinal de positivo.
Guga, ao encarar as travagens do Sr., imediatamente se volta para Nani e sentencia:
- Nani, tem gente com dente estagado nesse ônibus.
Elaine sente tremer todos os seus órgãos internos de tanta vergonha e tenta mudar de assunto sem sucesso. Quando Gustavo encasqueta, sai de baixo:
- Nani, porque esse homem tem dente estagado?
Já sem saída ela fala baixinho:
- É porque ele não escovou os dentes, lembra que hoje de manhã você também não queria escovar os dentes? O seu dente vai ficar assim.
Exaltado, se sentindo afrontado, ele disse alto e enfático:
- Eu não vou fazer mais, Nani! Eu vou escovar os meus dentes!!!!!
Nani tenta disfarçar, mas a essa altura o Senhor já sacou que ele era a bola de vez. Mas Guga, já praticando bullying, começou a cantar para todo o ônibus ouvir:
 - Lá, lá, lá, lá, lá, lá, Tem gente com dente estagado nesse ônibus! - Lá, lá, lá, lá, lá, lá, Tem gente com dente estagado nesse ônibus!
Não restou ao Senhor outra alternativa senão a de assumir publicamente que não cumpre com sua obrigações odontólógicas faz tempo, apontando para o próprio dente e dizendo:
- Ele é esperto, né?
Elaine já estava desacordada, em estado de choque. E o povo do busu, gargalhava.

As últimas tiradas do meu garoto

- Quem é esse boneco, é você, Guga?
- Não. É outro cantor! (como se ele fosse um cantor também. Na verdade, ele acha atualmente que é o George Harrison).
PS.: O boneco em questão é a miniatura do Kurt Coubain que dei a ele de presente.

***

Olha a arma!!! Olhe as armas, mamãe!!! Outras armas!!!
(não sei onde eles aprendem esse negócio de armas e nem de onde vem o fascínio, mas Guga ama de paixão).

***

Assistindo o Mate, personagem do Carros, com a boca toda suja de uma gosma verde.
- Mãe, o que é isso? Nojento, né?
- É meleca, Guga! Ah, não, é uma pimentinha japonesa (wasabi).
- Não, mãe, é VUMITO!
- Ah! Quem te ensinou isso?
- O papai.

***

Vendo um jogo de futebol, e grita em alto e bom som: - Chupa!!!!
- Quem te ensinou isso?
- O papai.

***

Chateado com Nani:
- Sua boba!!!!
- Você é chata!!!!

***

Guga, quer ouvir alguma musica?
- Não, quero silêncio.
(isso acontece várias vezes, principalmente na ida para a escola)

***

Olhando um canteiro de um prédio na augusta.
- Mãe, o que é isso?
- Eu, querendo romancear a realidade (atitude tipicamente menininha), respondo: - Um jardim!
- Não, mãe, é o canto do pédio (e era só isso mesmo), e lá dento eles jogam futebol (olhando uma rede que vai do chão ao teto para limitar a ação da bola).

***

- Tia Evelyn vem hoje?
- Não, filho.
- Ela vai trazer o tabete? (os tablets são demoníacos!)

***

A gente estava brincando de lutinha de carros, ou seja, quando os carros viram inimigos e começam a bater de frente.

Comecei a dizer que eu era mais forte, que tinha mais superpoderes, e ele ficava dizendo que era ele, que iria me distuí. Eu já estava sem repertório e me lembrei que nos desenhos da minha época, usava-se muito a palavra DETER.

Ai comecei:
- Você não vai me deter! Ñão vai me deter!
E ele, retrucou:
- Eu vou te derreter, sim! Eu vou te derreter!

***

- Mãe, esse parque não é emocionante!

***

- Mãe, eu gosto desse óculos!
- Mãe, você tá bonita! (e vem logo dar beijinhos gostosos).




quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Primeira viagem sem Guga

Antes mesmo de viajar para a Espanha, a ideia de fazer uma viagem sozinha já estava germinando em mim.  Voltei da Espanha com a cabeça feita de que seria logo. Toda a intensidade de uma viagem internacional com uma criança fez com que um momento só para mim fosse mais do que necessário.

Na verdade, o que mais me cansa nessa nova vida é a escravidão do relógio, o estado de vigília e o pensamento logístico. Relógio, porque vivo na correria, tentando apertar todos os compromissos profissionais e pessoais para sobrar mais tempo para o meu menino. Isso se agrava porque trabalho em outra cidade. Vigília não é novidade para nenhuma mãe, mas acho que o fato de ser mãe solteira, me sobrecarrega mais, pois quando estou com Guga, estou sozinha, na maior parte das vezes. E a logística é também inerente, mas tenho a fantasia de que se eu tivesse um marido, eu teria com quem dividir essas coisas, amenizando a carga. Enfim, tudo isso para dizer, justificar, amenizar a culpa de querer viajar e viver uns dias sem o peso dessas coisas.

Então, aproveitando um feriado no meio da semana (7 de setembro) e um resto de férias, decidi que iria passar  5 dias no Rio de Janeiro, na casa de uma amiga de infância, para fazer tudo o que não faço ou tudo que faço com menos constância, mas que me faz uma falta enorme. Na verdade, uma viagem dessa é meio que uma tentativa de resgate dos meus quereres e vontades de antes de me tornar mãe. 

Óbvio que antes de viajar, eu estava com medo de morrer de saudades dele, de não segurar a onda e acabar não me divertindo. Até tentei sabotar um pouquinho o projeto desmane, demorando de comprar as passagens,  deixando para fazer as malas no último segundo do segundo tempo. Mas tudo foi dando certo.

Lá no Rio, tudo correu bem, relaxei bastante, curtir muito, visitei amigos queridos, tomei cerveja, li revistas, caminhei na praia, sambei, ouvi música, filosofei, fui ao cinema, sem pressa ou culpa. Guga ficou meio doentinho, mas foi muito bem cuidado pelo pai, pela Nani e pela Tia Evelyn. Pelo que percebi, ele sentiu menos saudade do que eu esperava. Eu também senti uma saudade descansada (sem culpa), que apenas foi apertando no último dia de viagem. Apertou, sim, pra valer, mas sobrevivi.

Voltei mais feliz, disposta, ciente de que, enquanto eu estava longe, Guga estava reforçando os laços afetivos com outras pessoas. Conclui também que a viagem serviu para ver o que sobrou da antiga Evie, antes da maternidade. Porém, os restos daquela pessoa estão agora definitivamente impregnados de maternidade. Ainda bem, porque era justamente que eu queria quando decidi ser mãe, ser transformada.


terça-feira, 13 de setembro de 2011

A morte da D.Aranha

Numa das nossas sessões de desenho, tive a ideia de desenhar uma D.Aranha, só para ver a reação dele e variar o tema submarino. Para minha surpresa, ele não só deixou eu desenhar livremente, como começou a prestar atenção no desenho. Quando eu já estava acabando, ele pediu o seguinte: 

- Mamãe, desenha um menininho dormindo embaixo da D. Aranha?
- Ok, filho.
- Agora desenha o carinhoso dele? (o cobertor carinhoso - famoso objeto de transição de Guga).
- Sim, tou desenhando...
- Agora desenha uma mamãezinha matando a D. Aranha?
- Claro, filho! (a essa altura eu já estava boquiaberta, testemunhando a morte da D.Aranha).
- Pronto Guga, a D. Aranha morreu!

A fantasia a favor da realidade!

Segue o resultado da obra de arte (a gente faz o que pode):


Aproveito a oportunidade para anexar outros desenhos dos personagens já bastante falados nesse blog:

O famoso Submarino - os rabiscos dele representam
a água que sai da chaminé do submarino

O tubarão - os rabiscos são os dentes gossos

O submarino, o tubarão e ainda um monstro 3 cabeças.
Ele pediu para eu desenhar, mas morreu de medo.



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