quarta-feira, 15 de junho de 2011

Voltando ao blog - causos

Depois do post dos Beatles, fiquei afastada daqui, por falta de tempo e de outro assunto interessante para contar. A casa ficou impregnada de Beatles durante muito tempo. Ainda está, confesso. Mas, aos poucos, outras coisas vão chamando a nossa atenção. De qualquer modo, não tem como fugir dos Beatles, ainda que seja a titulo de atualização.

1) Beatles - mais do mesmo


O repertório aumentou, muito por uma questão de sobrevivência nossa, pois se eu não apresentasse novas músicas, morreria louca de tanto ouvir as mesmas músicas. Agora, acrescentamos Come Together (finalmente), Wilth a little help from my friends (acho lindona e ele só canta quando está distraído, porque do contrário, diz que não gosta). Além de brincar de banda, agora ver os vídeos dos Beatles no youtube está incorporado à nossa rotina.

A escola também ampliou o repertório e passou a apresentar aos pequenos novos ícones da música, como Jimi Hendrix, por exemplo. A propósito de Jimi, o pai foi contar um pouco da história dele, sem saber que Guga já conhecia. Aí Guga começou a contar a façanha de Jimi de um jeito todo fofo, como se tocar fogo na guitarra fosse a coisa mais terna do mundo:

- Ai, Papai, ele tocou assim uma guitarra nervosa, deu um beijnho nela (estalou ele próprio um beijinho, demonstrando na própria guitarra, lindo de morrer!) e depois tocou fogo assim!

Outro dia tava levando ele na escola, ouvindo Beatles (óbvio), ele me perguntou:

- Mãe, porque o Paul toca assim uma guitarra nervosa nessa música?
- Ah, Guga, porque quanto mais nervosa é a guitarra melhor, mais bonita! (silêncio, entendeu tudo!)

Recentemente, perguntei:

- Guga, quem são os seus amiguinhos na escola?
- O Élico, o Dani e o Paul!
- Paul? Que Paul?
- Aquele da figura, mamãe! Pendulado na palede!

Como já disse no início do post, por uma questão de sobrevivência, estamos diversificando, o pai se bandeou para o lado do rock mais pesado, tentando inviabilizar o gosto pela MPB. Outro dia, encontro os dois brincando de banda, sendo que o grupo em questão era Metallica e depois System of a down. Guga balançava a cabeça como um metaleiro, sendo que os cachos duros de sujeira (devido ao frio lascado, não lavamos muito a cabeça dele - ECA!) não moviam um milimetro sequer. Hoje, para o meu conforto, apresentamos White Stripes e ele gostou também, mas no final pediu Beatles, para não perder o hábito.

2) Banho e Medo, as mais novas dificuldades


Banho

Já faz 3 dias que Gustavo se recusa a tomar banho. Tá um pega pra capar e a coitada da Elaine tá pagando um pato danado! Ele chuta, bate, chora, sai correndo pelado pela casa congelada. O seu principal argumento é uma das coisas mais non sense que já ouvi:

- Não quelo tomar banho! Não quelo molhar a minha mão, porque senão eu vou deixar de ser cavalo!!!!!!

Eu posso com um negócio desse? Tenho a impressão que é culpa dos Backyardigans. Vou fuçar! De qualquer forma, só o pai tem conseguido obrigá-lo a tomar banho, mesmo assim debaixo de muito choro. O meu apito é surdo, ainda mais por telefone. Elaine tem moral, mas ele esperneia tanto que fica perigoso colocá-lo embaixo do chuveiro em meio a tanto chute. E antes que paire alguma dúvida, óbvio que colocamos de castigo, tiramos tv, brincadeiras e tal. Mas não está adiantando, ele diz textualmente que QUER FICAR DE CASTIGO, mas que não quer tomar banho! Nessas horas, uma planilha de excel cheia de cálculos é mais fácil do que esse desafio.

Medo

Antes mesmo de completar 2 anos, quando estava aprendendo a falar, ele já falava que tinha medo. Achava engraçado, pois é um negócio abstrato, mas que eles aprendem logo identificar do que se trata. Pena que ele não tem medo das mesmas coisas que eu, com exceção de cachorro. Ele não tem medo de ficar assistindo tv de cabeça pra baixo, não tem medo de correr loucamente pela rua, de se pendurar em tudo, inclusive na estante da cozinha, que outro dia caiu na cabeça dele e fez um estrago, nem tampouco de bater frenticamente a vassoura no espelho no meu quarto, a ponto de fazê-lo cair. Uma pena mesmo, pois me pouparia das rugas que tenho adquirido diariamente.

O medo dele é de monsto, da boneca tenebosa, cicope amalelo de um olho só (personagens da revistinha da Mônica), medo do escuro, da buxa malvada e por aí vai. Toda essa galera faz com que ele não queira ficar sozinho em alguns ambientes da imensa casa que moramos. Faz com que ele queria dormir de luz acesa, faz com que ele ouça qualquer micro barulho e que, na cabecinha dele, se torna assombroso.

Nessas horas, sou paciente, acompanho ele pela casa, acendo as luzes (vou pagar uma fortuna esse mês), explico tudo que ele me pergunta, mato os monstros a pauladas e tal. Nada adianta, é fase, como tudo, em se tratando de criança. O pior é que, as vezes, até eu me assusto com os sustos dele. Só não posso dar na pinta, né? Já passei dessa fase.

3) Guga, conhecido pelo bairro


Se tem uma coisa que eu gosto da minha vida aqui em Sampa, é o meu bairro. Adoro poder andar por ai, sem precisar pegar carro. Quando quero ir mais longe por aqui, pego meu busu ou o metrô. E quando eu penso em Gustavo e na forma que eu quero que ele se relacione com a cidade, é dessa forma também, andando por aí, vendo as pessoas, interagindo com o espaço público. Sei que se morássemos na periferia ou em outros lugares da cidade, não seria assim. Por isso, sei que é uma sorte poder morar onde se escolheu.

No início, quando ele era bebê, eu tinha medo que ele andasse de ônibus e metrô. O pai queria levá-lo para a casa dele assim, mas eu não deixava. Mas, aos poucos, ele foi conseguindo me dobrar e antes mesmo de entrar na escolinha, Guga já dava um rolé de ônibus e metrô por ai.

Na escolinha, já foi mais tranquilo, pois ele volta com Elaine de ônibus desde sempre e, pelo que ela conta, faz o maior sucesso durante o trajeto. Só para voces terem uma idéia, ele já conhece e é reconhecido por várias pessoas que trabalham e moram no bairro.

Ramos, o moço da ótica, sempre troca idéia e ele (Guga) sempre pergunta: - Já almoçou, Ramos!! ou então, - Que tá fazendo, Ramos!!!!!

O motorista do ônibus geralmente é o mesmo, então, já é considerado amigo! Voltam numa conversa só. Guga canta Beatles para a turma do ônibus, que se diverte as custas dele e de Elaine, roxa de vergonha. Alías, o show já começa no ponto. Desconfiou que meu filho seja brau!

Já aqui perto de casa, ele cumprimenta o Xô Zé (Seu Zé): - Bom dia, Xô Zé!!!!

E na sequência, aperta a mão do segurança de uma das lojas daqui do quarteirão, que colocou o apelido dele de Ronaldinho (o fenômeno).

Pra finalizar, ele flerta com a dona da loja de roupa deveras cafona, que sempre dá uma balinha para ele. É pura sedução!

Com isso, Elaine que é super tímida, acabou ficando popular, assim como eu também, que quando passo com ele, vira e mexe alguém comenta: - Tá passeando com a mamãe, né?

Ah, ele também manja bastante de metrô. Se você perguntar quais as estações que ele passa para ir até a casa do papai, ele fala certinho. Adoro isso, gente! Não quero que meu filho seja uma criança criada numa bolha, muito embora eu saiba que muita coisa é difícil de evitar, mas o que eu puder fazer para minimizar os efeitos de uma vida limitada, fechada em um apartamento, eu vou fazer e sei que o pai também está nessa.

Show do Tiquequê - Praça Victor Civita
Tiquequê - em carne e osso
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