Clássica |
Nessa páscoa fomos para Salvador. Escolhi um horário péssimo e barato, devido à minha propenção para fazer tudo em cima da hora em troca de jatos de adrenalina no corpo. Enfim, mea culpa à parte, fato é que o vôo era às 6:15, saindo de Guarulhos, o que me obrigava a sair de casa às 4:30 da manhã. Pensei que Guga iria odiar acordar tão cedo, mas ele estava tão ansioso para ir para Salvador, que levantou rápido, todo animado, já perguntando por Sr. Thiago, meu fiel taxista, que nos leva sempre para o aeroporto.
No aeroporto e na viagem a minha única preocupação era o tal do xixi e cocô e por via das dúvidas, coloquei uma fraldinha. Não pegou nada! Guga se comportou fisiologicamente muito bem, reservando suas necessidades para o avião. Logo que viu o vaso sanitário, gritou (ele adora gritar no avião, exibido que é!): - Que gracinha, mamãe! Não entendi bem onde ele viu gracinha num vaso de avião, mas interpretei como um bom sinal de que a viagem e as nossas idas ao banheiro seriam bem sucedidas. E foram!
Nossa viagem foi permeada de vários questionamentos e interjeições práticas e filosóficas:
- Mamãe, puquê a nuvem desceu pra terra?
Tentei explicar que era o avião que estava subindo para o céu, mas ele ainda não entendeu direito, tanto é que quando pousamos e também na volta de Salvador, ele mandou a seguinte sentença:
- Nuvem, vai pro céu! Volta pro céu! Mamãe, a nuvem tá subindo de novo!
No meio da viagem, tomou o maior susto quando viu a lua cheia pela janela. Alíás, eu também me assustei. Preciso confessar que ele me pega de surpresa com esse olhar minuncioso dele. Tive que explicar que a lua ainda estava lá porque era muito cedo e que ela tava com preguiça de ir embora encontrar com a mamãezinha dela. Ele aceitou a minha justificativa, para o meu alívio.
- Eba!!!! Que beleza!!!!!
Em Salvador foi uma farra só! Ele já está maiorzinho, o que facilitou a interação com Luis Otávio, o primo querido. Também demonstrou mais desenvoltura na casa dos meus pais, o que pra mim foi um alívio, já que me permitiu ficar no meu cantinho, tomando "os meus bons drink", batendo papos filosóficos com a família, lendo as minhas revistas de fofoca, jornais, bula de remédio, tudo que me aparecia pela frente.
É pra isso que eu viajo |
Na sexta-feira santa fomos para a casa de Tia Mundinha e lá é um condomínio fechado, com muita criança para brincar. Ele se esbaldou! Foi escalado o café com leite na brincadeira de esconde-esconde e dedurava o esconderijo de todo mundo, pois sempre chegava meio atrasado. Não sei como é em São Paulo, mas lá quando o cara se salva, ele grita "1, 2, 3 salve eu!", ou quando salva todo mundo, fala "1, 2, 3 salve todos!". Ele achou o máximo e toda hora falava o grito de guerra. Subiu em árvore, atrapalhou a brincadeira de baleado, brincou com um gatinho que estava por lá. Enfim, fez tudo o que tem de mais legal na infância, que é brincar com crianças, de todas as idades! Senti muita vontade que ele tivesse esse mais chance de viver isso aqui em São Paulo.
Foco na bananeira de Luis Otávio |
Outro dia, fomos para o clube e ele colocou em prática as suas lições de natação. Na saída, uma birra do tamanho do mundo, afinal ninguém é perfeito!
Na última noite, Guga não queria desgrudar de Luis Otávio, até pedir para dormir na mesma cama, ele pediu. Deixei e admirei o amor entre os primos.
Viagem chega ao fim, com o seguinte saldo: guga 10 x mamãe 5, pois não coloquei em prática o meu plano desmame. Não foi dessa vez.
Ah, Muleque! |
Na viagem de volta, pérolas no avião, como sempre:
- Olha lá Guga, que cidade é essa?
- É meu! É nossa!
- Pois é Guga, é Sao Paulo. A gente vai para a nossa casa!
- Mamãe, o moço vai para a casa? A moça vai para a casa dela? A casa do moço é igual a minha? A casa da moça é igual a minha?
- Não filho, cada um tem a sua casa, uma diferente da outra.
- Olha mamãe, uma bola! Uma bola voando!
- É filho...(concordei, mas não sabia do que ele estava falando)
- Igual ao planeta? A gente mora no planeta mamãe?
No próximo post contarei o maior mico materno da face da terra!
Primos |
No ritmo! |
Pense numa criança suada! |
De avô pra neto |
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