quarta-feira, 13 de abril de 2011

Maternidade Real - É o que tem pra hoje!

Outro tema palpitante que tomou espaço nos blogs que tenho visto. Fiquei pensando no que seria exatamente essa tal de maternidade real. Pensei: a oposta da ideal. OK. Entendido.

A maternidade ideal que existia na minha cabeça antes de engravidar era quase nada. Não sabia direito que caminho iria tomar e nem pensava nisso. Queria só ser mãe e pronto. Na gravidez, como já deixei escapar algumas vezes aqui, infelizmente estava tentando manter a minha saúde emocional, para preservar ao máximo o meu pequenino que crescia em mim. Coisas da vida. Então, maternidade ideal não rolava nem nos mais distantes pensamentos. Guga nascer com saúde era lucro dos bons.

Nasce o meu menininho, ai começo a pensar no que seria ideal e a me confrontar com as minhas limitações pessoais e materiais. Pensava que o bom, perfeito, maravilhoso seria fazer isso ou aquilo, ser de um jeito ou de outro. Ai vem a vida e diz: - Êpa, não é assim que a banda toca, minha filha! Nada de mãe perfeita, ideal. Se contenta com o que tem pra hoje!

Bem, o que tinha e tem para hoje é o seguinte: em alguns pontos eu sei que sou uma mãe da zorra (no meu conceito, por certo). Em outros, nem tanto, mas dá para levar. E em alguns, só improviso, só amadorismo.

Mãe da Zorra

- Tomei a grande atitude de buscar um ponto final para uma relação amorosa unilateral, para priorizar a amamentação e cuidados com o meu filho. Nada de amor de migalhas!
- Mesmo sob o efeito das turbulências amorosas, consegui amamentar Guga até os 8 meses. 
- Apesar de tudo o que aconteceu entre eu e pai de Gustavo, nunca, nessa vida, deixei que os meus sentimentos mesquinhos, que as dores de corno, que as lembranças horrendas de uma gravidez conturbada, que tudo isso interferisse na relação do meu filho com o pai. Ele sempre teve e tem livre e irrestrito acesso à minha casa. Eu pago o preço! 
- Consegui manter a cabeça fria na volta da licença maternidade. Trabalho não é para mim uma opção e sim uma necessidade. 
- Consegui manter um padrão saudável da alimentação de Gustavo, apesar da pressão do mundo para fazer o contrário. O pai é parceirão nesse aspecto (e em outros também, justiça seja feita). O resultado tá aí para todo mundo ver. 
- Peitei colocá-lo numa escola que bateu com o meu santo, nem tanto com o meu bolso, e não me arrependo. Ele ama e eu gosto muito também.
- Apesar de estar mais para desorganizada do que para organizada, consegui criar uma rotina na vida de Gustavo. Acho essencial para dar segurança à criança e confesso que me ajudou na vida e no trabalho.
- Livros, discos e muito espaço para correr são itens que faço questão que estejam na nossa rotina. Tá rolando.
- Tenho tentado preservá-lo do consumismo. Acho desnecessário para qualquer um, ainda mais para uma criança.
- Consigo manter a minha bolsa organizada quando saio com ele. A chave fica no lugar certo, documentos, coisinhas para ele comer. Tudo lindo, mas só quando estou com ele.

Mãe dá pro gasto

- Depois que ele nasceu, fiquei bastante medrosa. O lado mais ou menos é que, apesar dos meus medos, eu tou sempre arriscando. Saio com ele sozinha, dirigindo, mas tenho medo. Quando eu não dá, o medo vence, pego táxi, mas vou. Tenho preguiça/medo de viajar para Salvador com ele, mas sempre tou indo, sem pensar muito. Mas na verdade, eu queria ser mais aventureira com ele. Viajar de carro, explorar mais, como aqueles gringos que viajam o mundo com seus filhotes.
- Televisão, queria que ele visse menos, mas ao menos consegui preservar as refeições da televisão e também o período que chego do trabalho até a dormida. Abro poucas exceções.
- Preguiça de obrigá-lo a escovar os dentes. Mortal. Mas eu supero na imensa maioria das vezes. Quando não rola, morro de culpa.
- Evito gritar com ele e, na maioria das vezes, consigo.

Mamãe meia boca

- Tenho super dificuldade em botar moral. Difícil demais. Colocar de castigo, então!
- Não sou amante das boas maneiras à mesa, nem dou bom dia, boa tarde, boa noite. Então, dependo dos outros para educá-lo a lavar as mãos antes das refeições e coisas do gênero.
- Falo palavrão.
- Não tou nem aí se ele arrasta o cobertor carinho pela casa e depois dorme abraçadinho nele.
- Durmo no quarto dele até hoje. O único avanço é ter deixado de dormir com ele, na mesma cama. Mas para sair do quarto ainda tem muito chão.
- Morro de pavor de perder ele nos lugares, fico neurótica achando que ele vai lamber ferro, engolir parafuso. Então, se estou fora de casa, me transformo na mãe grudenta. Esse espírito tá deixando o meu corpo aos poucos, mas ainda não me curei.
- Tenho ciúmes.
- Não sei fazer nada na cozinha, portanto, ele será como eu, ou seja, nada de "o melhor prato da minha mãe é..." ou "ai que saudade da polenta da mama".
- Deixo a organização do quarto dele (e da casa inteira) nas mãos de Elaine, nossa fiel escudeira.
- Permito que ele brinque com não-brinquedos, tais como, tudo, tudo, tudo o que tem em casa, com exceção das facas, vidros e tomadas. É a preguiça que me mata!

Essa mãe sou eu, evinhadasilva, que em vários pontos se viu melhorar como ser humano (no trabalho, dizem que virei Evie Paz e Amor) e em outros anda correndo atrás, às custas de muita terapia, muito choro, muita ladainha. É o que tem pra hoje!

9 comentários:

  1. Amiga, você é uma mãe da zorra!!! Beijos, Ua

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  2. Mãe, Filha, Amiga, Adêvogada, Mulher, ... tudo isso e muito mais, DA PORRAAA!!!
    Um orgulho de pessoa que tenho como amiga!!!
    Seu blog simplesmente motiva, alimenta, ajuda, conforta, acalenta, vicia, rs...
    Te amo amiga, e ler suas colocações é como estivesse te ouvindo, e entre uma colocação e outra dá até pra ver o semblante enrugando a testa, as risadas, o 'ham', os gestos de corpo inteiro que são a sua cara, enfim é tê-la aqui pertinho da gente, viu!
    Ah, e nada de medo de vir a SSA, oxi, oxi, oxi!!! Tomara eu 'vê', rs...
    Saudadona de tu!
    Bjão

    (Tô sem pc em casa, aproveitei a deixa do note de minha tia de bobeira e não resisti, rs...)

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  3. Amiga, só tenho orgulho de vc.
    A pessoa mais cabeça aberta de conheço. Ahhh se o povo soubesse o que significa esse "acesso irrestrito".

    Te amo amiga querida!!! E amo o meu gorducho!

    Mel

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  4. Adorei, Evie!
    E saiba que, nas minhas conversas com vc, reavaliei tuuudo o que tinha feito de errado com a Ciça (e é muita coisa, acredite) e estou mjudando com a Clarice. Vc não só é uma ótima mãe, como me inspira!
    Ah, e deixa o menino arrastar cobertor e lamber ferro, poupa a hora da vitamina, hehe :P
    Beijos

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  5. Adorei teu post!! Cheio de realidades e maternagens possíveis! Você é mãezona, te admiro muito por criar tão bem esse menininho lindo.
    beijo!
    Sarah
    http://maedobento.blogspot.com/

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  6. Evite!!! que lindo amiga!!! me emocionei muito!!!
    Tudo isso me faz refletir tb minha maternagem...aproveito para observar ernestito brincar sozinho com seus bonecos e carrinhos...ai me dá uma tranquilidade!!! Não tem felicidade maior que ver seu filho feliz!!!
    E vejo Guguite uma criança muito feliz!!! PARABENS!!!

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  7. Don Evie.. compartilho toda a deixadez e acho que vc deveria ler a "Dolto" uma especilista no tma infantil.Ela diz que uma das coisa mais importante na criaçao é tratar a criança como sujeito e nao como tubo gástico. Tem mãe que se preocupa tanto que se o menino comeu se está limpo se se adequa ao que aos olhos dos outros parece normal, que deixa de lado o Ser. Por isso incentiva ao máximo muito do que vc diz aí.Ainda acrecenta que a "severidade" pode desvitalizar a criaça que passa a ser adestrada e nao educada pelos pais.

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  8. Qerida filha. Mais uma vez vou tentar um coment. sobre este lindo e inteligente texto (mais um) que vc escreveu. Talvez usando o caminho "anonimo" eu consiga. Tomara que ele te chegue.Vc escreve mto bem e com muita propriedade sobre os fatos ligados a este nosso pequeno/grande tesouro. Me sinto privilegiado por ter este neto e os filhos que tenho.Vc vem se saindo mto bem neste novo e importante papel - o de mãe - e isto é uma agrdavel surpresa.È quase irretocavel.No teor da mensagem só retoco e recomendo procurar incutir no Guga a ideia de: na boca só comida e so brincar (ou pegar) com o que é brinquedo. E assim, com jeito impedir estes atos que poderão trazer prejuizo a ele ou aos circunstantes.E o patinho, como vai? Um bjo do pai.

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  9. Evie, que lindo! As tentativas, os erros e acertos sempre caminham juntos. A gente fica tentando o tempo todo manter o equilíbrio, né? O mais importante é a gente saber que não somos perfeitas, que somos NORMAIS.

    Bjos querida!

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