sábado, 30 de abril de 2011

Palavra Falada

Uma delícia ouvir o meu pequeno se expressar cada dia com mais clareza. É tanta mudança, é tanta palavra que não tenho dado conta de escrever aqui no blog.

Recentemente ele passou a empregar fofíssimamente o "e se...?", "quando", "eu quelia", parecendo um adultinho falando.

- Mamãe, quando eu vou para a escola, eu vou entá no seu carro e sentar na cadeilinha?
- Mamãe, e se eu subir aqui? (geralmente um lugar alto que me faz arrepiar os cabelos)
- Mamãe, sabia que eu tava poculando a minha Kombi?
- Mamãe, eu quelia, eu quelia, eu quelia atiti o dvd do backyardigans.

Outra coisa que cada dia se aperfeiçoa mais é a capacidade de fantasiar. Vira e mexe estamos fingindo ser pai ou mãe um do outro, ou fingindo ser o tubalão malvado, a boneca tenebosa, monsto. Num dia desses ele brincava com uma boneca que era filha dele e ele lança essa:

Guga: - Filhinha, você vai para o seu tabalho?
Eu, fazendo voz de filhinha: - Onde é o meu trabalho, Guga?
Guga: - Na Venida Paulista! (ainda bem que não falou Cotia!)
Eu: - E como é lá, Guga?
Guga: - Oi, Chefe! Tchau, Chefe! (quem dera eu que fosse assim mesmo)

Para Guga, mikshake é suco de sorvete! Adorei a nova denominação, pois posso incluir na minha dieta sem culpa. Afinal é suco, né?

Outra dia ele estava no térreo do prédio tocando a sua guitarra imaginária e dançando. Ai Elaine fala algo como "que bailarino lindo!". Ele prontamente fala em tom ríspido: - Nani, não sou bailarino, sou músico!

É assim que ele assiste televisão.
O anjo da guarda  tem trabalho dobrado!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Mamãe é Frida Khalo! Ou, mamãe, cadê o seu bigode?!



E agora, o maior mico materno da viagem de páscoa!!!

Na ida, no avião, ele fixa os olhinhos curiosos no meu rosto e vai com os seus dedinhos de pinça frenéticos em direção ao meu buço e grita, para todos ouvirem, até aqueles que adormeciam: 

- Mãe, você tem bigode!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Nessa hora, me arrependi de ter procrastinado a tarefa obrigatória de toda mulher que é fazer o buço! Pequei e recebi a pena do meu próprio filho. Vergonha era o meu nome, arrependimento, o sobrenome. Cheguei em Salvador e tratei de fazer o bendito bigode imediatamente, achando que estava livre do julgamento filial. Mas, não! Vejam o que acontece na viagem de volta.

Na volta, ele já era uma figura conhecida no avião, por que bradava aos 4 cantos a sua vontade de tomar suco de manga e anunciava a vontade de mamar no meu peito (!), com inveja de um bebezinho de meses que estava sendo amamentado pela sua bela mãe, magra, penteada, acompanhada pelo seu marido e serviçal.

Então, sob esse contexto bafão, num dado momento resolveu enrolar o meu casaco no rosto e gritou:

- Mãe, olha, eu tenho bigode, igual ao seu!!!!!!!!!!!!!!!!
- (sussurrando e falecendo de vergonha) Guga, a mamãe não tem mais bigode, não, filhinho....
- Mãe, cadê o seu bigode??????!!!!!! Porque você tirou o seu bigode???????!!!!!!!!!!!!

Eu, a essa altura, estava reduzida a pó!

Moral da história: 

1) Morra, perca prazos, contraia dívidas, mas nunca, jamais esqueça ou protele a obrigação de fazer o buço!
2) Guga acha que sou Frida Khalo! 

PS.: Eu e Evelyn temos um código para indicar que estamos precisando fazer o bigode. É só chamar uma a outra de Frida que o recado está dado, sem grandes alardes. Só que, como havia uma semana que não via minha mana, ninguém me indicou que o negócio estava assim tão crítico.  

Páscoa em Salvador

Clássica
Nessa páscoa fomos para Salvador. Escolhi um horário péssimo e barato, devido à minha propenção para fazer tudo em cima da hora em troca de jatos de adrenalina no corpo. Enfim, mea culpa à parte, fato é que o vôo era às 6:15, saindo de Guarulhos, o que me obrigava a sair de casa às 4:30 da manhã. Pensei que Guga iria odiar acordar tão cedo, mas ele estava tão ansioso para ir para Salvador, que levantou rápido, todo animado, já perguntando por Sr. Thiago, meu fiel taxista, que nos leva sempre para o aeroporto.

No aeroporto e na viagem a minha única preocupação era o tal do xixi e cocô e por via das dúvidas, coloquei uma fraldinha. Não pegou nada! Guga se comportou fisiologicamente muito bem, reservando suas necessidades para o avião. Logo que viu o vaso sanitário, gritou (ele adora gritar no avião, exibido que é!): - Que gracinha, mamãe! Não entendi bem onde ele viu gracinha num vaso de avião, mas interpretei como um bom sinal de que a viagem e as nossas idas ao banheiro seriam bem sucedidas. E foram!

Nossa viagem foi permeada de vários questionamentos e interjeições  práticas e filosóficas:

- Mamãe, puquê a nuvem desceu pra terra? 

Tentei explicar que era o avião que estava subindo para o céu, mas ele ainda não entendeu direito, tanto é que quando pousamos e também na volta de Salvador, ele mandou a seguinte sentença:

- Nuvem, vai pro céu! Volta pro céu! Mamãe, a nuvem tá subindo de novo!

No meio da viagem, tomou o maior susto quando viu a lua cheia pela janela. Alíás, eu também me assustei. Preciso confessar que ele me pega de surpresa com esse olhar minuncioso dele. Tive que explicar que a lua ainda estava lá porque era muito cedo e que ela tava com preguiça de ir embora encontrar com a mamãezinha dela. Ele aceitou a minha justificativa, para o meu alívio.

Vovó dando pitaco no corte da juba
Quando o Piloto anunciou a chegada em Salvador, ele grita: 

- Eba!!!! Que beleza!!!!!

Em Salvador foi uma farra só! Ele já está maiorzinho, o que facilitou a interação com Luis Otávio, o primo querido. Também demonstrou mais desenvoltura na casa dos meus pais, o que pra mim foi um alívio, já que me permitiu ficar no meu cantinho, tomando "os meus bons drink", batendo papos filosóficos com a família, lendo as minhas revistas de fofoca, jornais, bula de remédio, tudo que me aparecia pela frente.
É pra isso que eu viajo

Na sexta-feira santa fomos para a casa de Tia Mundinha e lá é um condomínio fechado, com muita criança para brincar. Ele se esbaldou! Foi escalado o café com leite na brincadeira de esconde-esconde e dedurava o esconderijo de todo mundo, pois sempre chegava meio atrasado. Não sei como é em São Paulo, mas lá quando o cara se salva, ele grita "1, 2, 3 salve eu!", ou quando salva todo mundo, fala "1, 2, 3 salve todos!". Ele achou o máximo e toda hora falava o grito de guerra. Subiu em árvore, atrapalhou a brincadeira de baleado, brincou com um gatinho que estava por lá. Enfim, fez tudo o que tem de mais legal na infância, que é brincar com crianças, de todas as idades! Senti muita vontade que ele tivesse esse mais chance de viver isso aqui em São Paulo.
Foco na bananeira de Luis Otávio

Outro dia, fomos para o clube e ele colocou em prática as suas lições de natação. Na saída, uma birra do tamanho do mundo, afinal ninguém é perfeito!

Na última noite, Guga não queria desgrudar de Luis Otávio, até pedir para dormir na mesma cama, ele pediu. Deixei e admirei o amor entre os primos.

Viagem chega ao fim, com o seguinte saldo: guga 10 x mamãe 5, pois não coloquei em prática o meu plano desmame. Não foi dessa vez.

Ah, Muleque!
Na viagem de volta, pérolas no avião, como sempre:

- Olha lá Guga, que cidade é essa?
- É meu! É nossa!
- Pois é Guga, é Sao Paulo. A gente vai para a nossa casa!
- Mamãe, o moço vai para a casa? A moça vai para a casa dela? A casa do moço é igual a minha? A casa da moça é igual a minha?
- Não filho, cada um tem a sua casa, uma diferente da outra.

- Olha mamãe, uma bola! Uma bola voando!
- É filho...(concordei, mas não sabia do que ele estava falando)
- Igual ao planeta? A gente mora no planeta mamãe? 

  No próximo post contarei o maior mico materno da face da terra!
Primos

No ritmo!
Pense numa criança suada!
De avô pra neto


quarta-feira, 13 de abril de 2011

Maternidade Real - É o que tem pra hoje!

Outro tema palpitante que tomou espaço nos blogs que tenho visto. Fiquei pensando no que seria exatamente essa tal de maternidade real. Pensei: a oposta da ideal. OK. Entendido.

A maternidade ideal que existia na minha cabeça antes de engravidar era quase nada. Não sabia direito que caminho iria tomar e nem pensava nisso. Queria só ser mãe e pronto. Na gravidez, como já deixei escapar algumas vezes aqui, infelizmente estava tentando manter a minha saúde emocional, para preservar ao máximo o meu pequenino que crescia em mim. Coisas da vida. Então, maternidade ideal não rolava nem nos mais distantes pensamentos. Guga nascer com saúde era lucro dos bons.

Nasce o meu menininho, ai começo a pensar no que seria ideal e a me confrontar com as minhas limitações pessoais e materiais. Pensava que o bom, perfeito, maravilhoso seria fazer isso ou aquilo, ser de um jeito ou de outro. Ai vem a vida e diz: - Êpa, não é assim que a banda toca, minha filha! Nada de mãe perfeita, ideal. Se contenta com o que tem pra hoje!

Bem, o que tinha e tem para hoje é o seguinte: em alguns pontos eu sei que sou uma mãe da zorra (no meu conceito, por certo). Em outros, nem tanto, mas dá para levar. E em alguns, só improviso, só amadorismo.

Mãe da Zorra

- Tomei a grande atitude de buscar um ponto final para uma relação amorosa unilateral, para priorizar a amamentação e cuidados com o meu filho. Nada de amor de migalhas!
- Mesmo sob o efeito das turbulências amorosas, consegui amamentar Guga até os 8 meses. 
- Apesar de tudo o que aconteceu entre eu e pai de Gustavo, nunca, nessa vida, deixei que os meus sentimentos mesquinhos, que as dores de corno, que as lembranças horrendas de uma gravidez conturbada, que tudo isso interferisse na relação do meu filho com o pai. Ele sempre teve e tem livre e irrestrito acesso à minha casa. Eu pago o preço! 
- Consegui manter a cabeça fria na volta da licença maternidade. Trabalho não é para mim uma opção e sim uma necessidade. 
- Consegui manter um padrão saudável da alimentação de Gustavo, apesar da pressão do mundo para fazer o contrário. O pai é parceirão nesse aspecto (e em outros também, justiça seja feita). O resultado tá aí para todo mundo ver. 
- Peitei colocá-lo numa escola que bateu com o meu santo, nem tanto com o meu bolso, e não me arrependo. Ele ama e eu gosto muito também.
- Apesar de estar mais para desorganizada do que para organizada, consegui criar uma rotina na vida de Gustavo. Acho essencial para dar segurança à criança e confesso que me ajudou na vida e no trabalho.
- Livros, discos e muito espaço para correr são itens que faço questão que estejam na nossa rotina. Tá rolando.
- Tenho tentado preservá-lo do consumismo. Acho desnecessário para qualquer um, ainda mais para uma criança.
- Consigo manter a minha bolsa organizada quando saio com ele. A chave fica no lugar certo, documentos, coisinhas para ele comer. Tudo lindo, mas só quando estou com ele.

Mãe dá pro gasto

- Depois que ele nasceu, fiquei bastante medrosa. O lado mais ou menos é que, apesar dos meus medos, eu tou sempre arriscando. Saio com ele sozinha, dirigindo, mas tenho medo. Quando eu não dá, o medo vence, pego táxi, mas vou. Tenho preguiça/medo de viajar para Salvador com ele, mas sempre tou indo, sem pensar muito. Mas na verdade, eu queria ser mais aventureira com ele. Viajar de carro, explorar mais, como aqueles gringos que viajam o mundo com seus filhotes.
- Televisão, queria que ele visse menos, mas ao menos consegui preservar as refeições da televisão e também o período que chego do trabalho até a dormida. Abro poucas exceções.
- Preguiça de obrigá-lo a escovar os dentes. Mortal. Mas eu supero na imensa maioria das vezes. Quando não rola, morro de culpa.
- Evito gritar com ele e, na maioria das vezes, consigo.

Mamãe meia boca

- Tenho super dificuldade em botar moral. Difícil demais. Colocar de castigo, então!
- Não sou amante das boas maneiras à mesa, nem dou bom dia, boa tarde, boa noite. Então, dependo dos outros para educá-lo a lavar as mãos antes das refeições e coisas do gênero.
- Falo palavrão.
- Não tou nem aí se ele arrasta o cobertor carinho pela casa e depois dorme abraçadinho nele.
- Durmo no quarto dele até hoje. O único avanço é ter deixado de dormir com ele, na mesma cama. Mas para sair do quarto ainda tem muito chão.
- Morro de pavor de perder ele nos lugares, fico neurótica achando que ele vai lamber ferro, engolir parafuso. Então, se estou fora de casa, me transformo na mãe grudenta. Esse espírito tá deixando o meu corpo aos poucos, mas ainda não me curei.
- Tenho ciúmes.
- Não sei fazer nada na cozinha, portanto, ele será como eu, ou seja, nada de "o melhor prato da minha mãe é..." ou "ai que saudade da polenta da mama".
- Deixo a organização do quarto dele (e da casa inteira) nas mãos de Elaine, nossa fiel escudeira.
- Permito que ele brinque com não-brinquedos, tais como, tudo, tudo, tudo o que tem em casa, com exceção das facas, vidros e tomadas. É a preguiça que me mata!

Essa mãe sou eu, evinhadasilva, que em vários pontos se viu melhorar como ser humano (no trabalho, dizem que virei Evie Paz e Amor) e em outros anda correndo atrás, às custas de muita terapia, muito choro, muita ladainha. É o que tem pra hoje!

Poucas e Boas


- Tô nadando na piscina do dinheiro!!! (Deitado num monte de cartões de visitas que ele espalhou no chão. Ói o materialismo chegando...).

***

- Que onda, que onda, que onda que dá! Que bunda, que bunda!! (Hit do momento, música "A cor amarela", de Caetano, Zii e Zie Ao Vivo Mtv).

***

- Guga, quer que eu cante que música?
- Acabôcholale!

- Mãe, quem é que tá cantando?
- Arnaldo Antunes, filho...
- É Acabocholale?

***

- Eu fui no cinema atiti a alala.
- Foi com quem, Guga?
- Com a mamãe... (Conta para todo mundo que foi e fala detalhe dos personagens, só que é pura imaginação dele. Passei a manhã de domingo insistindo para que fôssemos ver Rio. Só que ele se negou terminantemente a ir. Acho que é medo do escuro.).
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