É o seguinte: Guga tá na fase da fantasia. Já faz um tempinho que tudo se personifica e eu, como uma mãe dedicada, invento vozes para a lua, cadeira, papel higiênico e por aí vai. Só que, a partir de um certo dia, que não lembro bem qual, Gustavo encasquetou com um brinquedo, o tal do Patinho que fala "I love you", quando a gente aperta a sua pancinha.
O lance é que, quando chego do trabalho, ele olha para mim, me cumprimenta de forma meio burocrática, e já decreta: - Patinho I love you, fala comigo!!! Ai de mim se não fizer a voz fina do Patinho. Restaram poucos diálogos Guga x Evie. Agora quem manda no pedaço é o danado do Patinho I love you. Ele tomou o poder e eu nem vi. Tá se aproveitando da crise do Oriente Médio, certamente.
Mas eu também não sou boba, não. Quando o bicho pega pro meu lado e a desobediência civil do meu filhote toma conta, lanço mão do danado do Patinho I love you, que com poucas palavras e vozinha meiga, o convence das coisas mais impossíveis (fazer xixi antes de dormir, escovar os dentes, desligar a tv, e por ai vai).
Outro dia, Gustavo me pediu para levá-lo para a escola. Argumentei que ele poderia se esquecer do patinho lá e que, por isso, deixaria apenas que ele levasse até o carro. Resumo, tive que manter o Patinho na minha bolsa confinado, durante todo a jornada. E o medo de perder o meu grande aliado?
Nesse final de semana passamos um aperto. Ele levou o Patinho para o Aquário de São Paulo (o programa mais furado que já fiz e que será objeto de post futuro). Na ida Gustavo trocava idéias com o Patinho I love you no taxi, mas no desembarque fiquei meio atrapalhada e não me lembrei onde tinha colocado o meu aliado. Gente, juro que meu coração gelou. Pensei e falei: - Guga, perdemos os Patinho I love you! Ele me olhou com uma cara horrorosa. Danei a procurar o bicho na minha bolsa e nada. Finalizamos o programa e, no taxi de volta, o Patinho reaparece iluminado na minha bolsa. A minha felicidade foi genuína e vocês verão que o passeio só serviu para a gente valorizar ainda mais essa criatura inanimada, que ganha vida às minhas custas.
Só para finalizar, outro dia, Guga se recusou a trocar umas poucas palavras comigo no telefone, mas bastou eu me transformar (me humilhar) no Patinho I love you que o diálogo se estabeleceu tranquilamente.
Ah! Agora dormimos juntos, eu, Guga e Patinho I love you, provando até o sucesso da cama compartilhada!
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