Estava eu lendo o post de minha amiga Paloma sobre amamentação à base da livre demanda, quando me deparei com um comentário de umas das mamães sobre uma entrevista com Carlos Gonzales, pediatra catalão, que possui livros escritos sobre a infância e mater/paternidade.
http://chezlesbeaup.blogspot.com/2010/10/carlos-gonzalez-sou-mega-fa.html
Na entrevista, ele reforça a necessidade da presença dos pais na vida dos filhos. Para ele, ter filhos é das coisas mais relevantes na vida de uma pessoa e, por conta disso, estar com eles de forma intensa, física e mentalmente, é uma decorrência. Óbvio que reconhece as necessidades de sobrevivência que nos leva a trabalhar fora de casa, mas esse fato não é, para ele, suficiente para que a ausência não seja compensada de forma presencial e afetiva e mas sim por meios de bens materiais (supérfluos).
Abaixo, extraí alguns trechos da entrevista que me marcaram:
Pergunta (P): Como criar bem uma criança?
Resposta (R): Passando o maior tempo com ela.
P: Por quê ter filhos é tao transcendente?
R: Dentro de umas décadas o único que restará de nós será a nossa descendência. Quando era adolescente, li num muro de rua: “temos que considerar a possibilidade de que a imortalidade esteja nos filhos”.
(...)
P: O que significa criar um filho de forma natural?
R: O normal na espécie humana é dar a atençao que o bebê pede: quando chora, pegá-lo no colo; se ele se desperta, consolá-lo… Isto de colocá-lo para dormir em outro quarto e nao acostumá-lo no colo se inventou recentemente.
P: E se ele nao quer dormir sozinho?
R: Antes de tudo nao se deve deixá-lo chorar. É como se chegássemos em casa e encontráramos a nossa esposa soluçando de chorar. Nao seria normal perguntar-lhe o que acontece? E se é o meu filho, vou ignorar e começar a ler um livro? Pois é claro que vou me preocupar!
R: Os pais costumam impor aos seus filhos normas absurdas que os fazem sofrer e a eles também. Por exemplo, nao pegá-los no colo com frequência ou deixá-los chorar quando lhes colocam a dormir sozinhos.
(...)
P: O mais importante para criar um bebê é…
R: Nao lhe dizer muitas vezes que lhe ama, porque ele nao entende isto, temos que demonstrá-lo: abraçar-lhe, beijar-lhe muito e fazer com que sinta que estaríamos dispostos a tudo por ele.
Já li o livro dele mais famoso, o Besame Mucho, e adorei. É libertador o danado do livro. Principalmente porque nos permite refletir sobre o poder do instinto e da nossa presença carinhosa e amorosa na vida dos nossos filhos.
Tive um filho por opção, das mais conscientes que já fiz. Quando ele nasceu, me deparei com um amor imenso, intenso, que remexeu com tudo aqui dentro. É tão forte essa experiência que sequer lembro exatamente como eu era antes. No meu caso, há outros aspectos que reforçam essa entrega, como a separação. Mas tenho a impressão se estivesse casada, a diferença seria que hoje teria companhia para lamber a minha cria. De qualquer forma, todo esse sentimento me conduz naturalmente para estar presente na vida dele, a dar a atenção necessária, inclusive a saber não sufocá-lo e permitir que ele compartilhe a vida com outras pessoas.
É tudo natural, tudo movido pelo amor e pela intenção de fazer o melhor para ele. Porém, ainda que esses sentimentos estivessem presentes, seria pelo senso de responsabilidade.
É importante esclarecer que tal "do melhor para o meu filho" é algo bastante subjetivo, mas que, na minha visão, depende de convivência. Para mim, só os pais que convivem, que compartilham, que estão presentes de corpo e alma, tem condição de saber o que melhor para cada um dos seus filhos, até que eles próprios vão ganhando autonomia, de forma paulantina. [É por isso que discordo de atitudes bruscas, como a de deixar um bebê chorar para dormir, para ficar com pessoas que estranha etc., pois receio que podem gerar o efeito contrário, insegurança].
Bem, só para finalizar, nessa trajetoria de educar à base da presença amorosa, o que eu espero é poder dar condições a Gustavo para que ele saiba encontrar o que é melhor para ele, na visão dele e, sobretudo, com consciência de que ele será responsável pelas suas escolhas. Difícil, mas meus pais, se não conseguiram totalmente, chegaram muito próximo disso.
E viva o Besame Mucho! Recomendo a leitura!
http://chezlesbeaup.blogspot.com/2010/10/carlos-gonzalez-sou-mega-fa.html
Na entrevista, ele reforça a necessidade da presença dos pais na vida dos filhos. Para ele, ter filhos é das coisas mais relevantes na vida de uma pessoa e, por conta disso, estar com eles de forma intensa, física e mentalmente, é uma decorrência. Óbvio que reconhece as necessidades de sobrevivência que nos leva a trabalhar fora de casa, mas esse fato não é, para ele, suficiente para que a ausência não seja compensada de forma presencial e afetiva e mas sim por meios de bens materiais (supérfluos).
Abaixo, extraí alguns trechos da entrevista que me marcaram:
Pergunta (P): Como criar bem uma criança?
Resposta (R): Passando o maior tempo com ela.
P: Por quê ter filhos é tao transcendente?
R: Dentro de umas décadas o único que restará de nós será a nossa descendência. Quando era adolescente, li num muro de rua: “temos que considerar a possibilidade de que a imortalidade esteja nos filhos”.
(...)
P: O que significa criar um filho de forma natural?
R: O normal na espécie humana é dar a atençao que o bebê pede: quando chora, pegá-lo no colo; se ele se desperta, consolá-lo… Isto de colocá-lo para dormir em outro quarto e nao acostumá-lo no colo se inventou recentemente.
P: E se ele nao quer dormir sozinho?
R: Antes de tudo nao se deve deixá-lo chorar. É como se chegássemos em casa e encontráramos a nossa esposa soluçando de chorar. Nao seria normal perguntar-lhe o que acontece? E se é o meu filho, vou ignorar e começar a ler um livro? Pois é claro que vou me preocupar!
R: Os pais costumam impor aos seus filhos normas absurdas que os fazem sofrer e a eles também. Por exemplo, nao pegá-los no colo com frequência ou deixá-los chorar quando lhes colocam a dormir sozinhos.
(...)
P: O mais importante para criar um bebê é…
R: Nao lhe dizer muitas vezes que lhe ama, porque ele nao entende isto, temos que demonstrá-lo: abraçar-lhe, beijar-lhe muito e fazer com que sinta que estaríamos dispostos a tudo por ele.
Já li o livro dele mais famoso, o Besame Mucho, e adorei. É libertador o danado do livro. Principalmente porque nos permite refletir sobre o poder do instinto e da nossa presença carinhosa e amorosa na vida dos nossos filhos.
Tive um filho por opção, das mais conscientes que já fiz. Quando ele nasceu, me deparei com um amor imenso, intenso, que remexeu com tudo aqui dentro. É tão forte essa experiência que sequer lembro exatamente como eu era antes. No meu caso, há outros aspectos que reforçam essa entrega, como a separação. Mas tenho a impressão se estivesse casada, a diferença seria que hoje teria companhia para lamber a minha cria. De qualquer forma, todo esse sentimento me conduz naturalmente para estar presente na vida dele, a dar a atenção necessária, inclusive a saber não sufocá-lo e permitir que ele compartilhe a vida com outras pessoas.
É tudo natural, tudo movido pelo amor e pela intenção de fazer o melhor para ele. Porém, ainda que esses sentimentos estivessem presentes, seria pelo senso de responsabilidade.
É importante esclarecer que tal "do melhor para o meu filho" é algo bastante subjetivo, mas que, na minha visão, depende de convivência. Para mim, só os pais que convivem, que compartilham, que estão presentes de corpo e alma, tem condição de saber o que melhor para cada um dos seus filhos, até que eles próprios vão ganhando autonomia, de forma paulantina. [É por isso que discordo de atitudes bruscas, como a de deixar um bebê chorar para dormir, para ficar com pessoas que estranha etc., pois receio que podem gerar o efeito contrário, insegurança].
Bem, só para finalizar, nessa trajetoria de educar à base da presença amorosa, o que eu espero é poder dar condições a Gustavo para que ele saiba encontrar o que é melhor para ele, na visão dele e, sobretudo, com consciência de que ele será responsável pelas suas escolhas. Difícil, mas meus pais, se não conseguiram totalmente, chegaram muito próximo disso.
E viva o Besame Mucho! Recomendo a leitura!